imagem de Gelson Domingos( no detalhe/esquerda/ antes de ser atingido)
Um tiro de fuzil tirou a vida do reporter cinematográfico Gelson Domingos de 46 anos. Para o Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro a Rede Bandeirantes é responsável pela morte do repórter cinematográfico neste domingo (6). A morte do cinegrafista da Band confirma o que pesquisadores como Luiz Mir têm dito. Com 50 mil mortos por ano, o Brasil vive uma guerra civil não declarada. No Rio, essa guerra era comparada por policiais do Bope a um conflito de baixa intensidade na década de 90, quando foi lançado Noticias de uma guerra particular, documentário de João Salles. Como dizem os correspondentes, a primeira vítima de uma guerra é a verdade. E na guerra do Rio a verdade que não podemos esconder é que um jornalista foi morto em serviço, em busca da notícia. Ele usava colete à prova de balas e tinha treinamento para cobertura de conflitos desse tipo. Para a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), 2011 se converteu no ano mais trágico para a imprensa latino-americana em 20 anos. Foram mortos 19 jornalistas nesse continente, até julho. O México continua sendo o país mais perigoso da América para jornalistas. Lá 66 foram mortos e 12 desaparecidos na última década. São vítimas diretas dos grupos armados que assaltaram o país.
Jornalistas experientes dizem que a sociedade deve acender uma luz de alerta toda vez que um jornalista for morto em serviço porque é sinal de que a sociedade também está em perigo. Alguns jornalistas estão sempre em contato com o risco iminente. É necessário que a sociedade fique atenta e clame por justiça não somente quando a dor entra em sua casa, mas quando há “vizinhos” capitulando dentro desta guerra civil, principalmente quando a vítima for um porta voz da sociedade.
Gelson Domingos era um deles e foi atingido no peito durante a cobertura de uma operação da Polícia Militar contra o tráfico de drogas na Favela de Antares localizada em Santa Cruz zona oeste do Rio de janeiro.
A presidente do Sindicato dos Jornalistas Suzana Blass, entende que a morte do cinegrafista foi uma tragédia anunciada, visto que os coletes fornecidos pelas empresas de comunicação não resistem a tiros de fuzil. Ela disse que o sindicato pode recorrer à Justiça para obrigar a Bandeirantes a amparar a família de Domingos.
REPERCUSSÃO MUNDIAL
A morte de Gelson Domingos, cinegrafista da Band morto na manhã de domingo, ganhou repercussão em alguns dos principais jornais da América Latina, Estados Unidos e Europa. PRINCIPAIS TÍTULOS PUBLICADOS PELO MUNDO
“Cinegrafista de TV morto em operação policial em favela do Rio de Janeiro”, é o título da matéria na página do jornal norte-americano “Washington Post”. O site da rede de TV CNN também destacou a morte, comentando também a guerra contra os traficantes no Rio de Janeiro. Na argentina, o “Clarín” também noticiou a morte de Domingos.
Na Inglaterra, o jornal “The Guardian” destacou a experiência de Domingos, além da violência no Rio de Janeiro e o trabalho das autoridades na pacificação das favelas e bairros da cidade.
NOTAS DA IMPRENSA BRASILEIRA
A ABRA (Associação Brasileira de Radiodifusores) divulgou uma nota na noite deste domingo lamentando a morte do cinegrafista do Grupo Bandeirantes, baleado enquanto cobria uma ação do Bope na favela Antares, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Gelson Domingos, 46 anos, usava um colete à prova de balas permitido pelas Forças Armadas, mas foi atingido por um tiro de fuzil. Domingos chegou a ser levado por policiais militares para o pronto-socorro de Santa Cruz e não resistiu aos ferimentos.
O repórter também trabalhava na TV Brasil e deixa mulher e três filhos. Gelson ganhou no ano passado juntamente com o também repórter Paulo Garritano, a menção honrosa na 32ª edição do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, na categoria TV Documentário. A série abordava tema sobre pistolagem no Nordeste, exibida no programa Caminhos da Reportagem.
Nota/Leia a íntegra do texto:
A Associação Brasileira de Radiodifusores lamenta a morte do repórter cinematográfico Gelson Domingos na manhã deste domingo. O cinegrafista da TV Bandeirantes, de 46 anos, foi atingido enquanto fazia a cobertura de um tiroteio entre policiais e traficantes da favela de Antares, na zona oeste do Rio de Janeiro. Mesmo usando um colete à prova de balas, Gelson foi baleado durante o confronto.
A Abra se solidariza com os colegas, amigos e familiares do repórter que, como muitos profissionais da imprensa, se arriscam diariamente em coberturas jornalísticas para fazer chegar à melhor informação à casa dos brasileiros.
Conheça o canal do Youtube que homenageia jornalistas mortos em serviço. Só este ano já foram 77 em todo o mundo.
A Presidência da República lamenta morte do reporter cinegrafista. A ANJ quer apuração de morte do mesmo, que filmava no momento em que foi atingido.
A PM divulgou nota sobre o episódio que acarretou na morte de Gelson Domingos e a Band lamenta morte do cinegrafista no RJ.
Fonte: Band /G1 /O GLOBO-Reporter de Crime.
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