quinta-feira, 26 de abril de 2012

JORNALISTA DÉCIO SÁ: POLÍCIA FEDERAL APÓIA INVESTIGAÇÕES E PRF PRENDE QUATRO SUSPEITOS

SÃO LUÍS – Diante o covarde assassinato do jornalista Décio S, uma comissão formada por três delegados continua investigando o crime. As investigações contam com o auxílio da Polícia Federal. Décio foi morto a tiros na última segunda feira(23), no bar Estrela do Mar, na Avenida Litorânea. Ontem (24), ele foi sepultado no cemitério Jardim da Paz em São José de Ribamar . Décio tinha 42 anos, era jornalista em O Estado do Maranhão, onde trabalhou durante 17 anos na editoria de política e escrevia, também, no Blog do Décio, que, em cinco anos, se tornou um dos mais lidos em todo o Maranhão. Ele deixa uma esposa grávida de dois meses e uma filha de oito anos.
Em entrevista coletiva o Secretário de Estado da Segurança Pública, Aluísio Mendes, afirmou que testemunhas estão sendo ouvidas a fim de que se elabore um retrato falado do suspeito pelo assassinato. Na tarde dessa terça-feira (24), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em uma abordagem feita a um veículos, deteve quatro homens, sendo um policial militar reformado, portando uma pistola PT 940, calibre "ponto 40" – do mesmo modelo, segundo a polícia, usado no crime contra o jornalista Décio Sá –, com 20 munições, sem registro, além de R$ 2.446 em dinheiro. Eles foram encaminhados para o 12º Distrito Policial (DP), no bairro do Maracanã.
Nesta quarta-feira (25), o jornalista, advogado e mestre em Direito, José Carlos Sousa Silva, comentou o caso. "Eu sempre digo que nós precisamos criar uma estrutura de combate à violência, ao crescimento dela, que está exagerado, criando medidas preventivas", disse em entrevista ao Imirante. "As instituições no Maranhão devem unir-se, conversar, discutir e buscar soluções adequadas para o combate à violência. Depois da investigação, eu creio que a secretaria chegará aos autores desse crime que teve repercussão nacional e internacional, porque Décio foi um profissional dedicado ao Jornalismo inteiramente", defende.
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REPERCUSSÃO: Por meio de nota à imprensa, a Prefeitura de São Luís afirma que "São Luís perdeu um de seus mais obstinados jornalistas. Profissional respeitado e admirado pela sua coragem e determinação, Décio Sá exerceu o Jornalismo como sacerdócio, com trabalho ininterrupto, zeloso na apuração de denúncias e na busca pela verdade dos fatos. A brutalidade do assassinato é uma afronta à liberdade de expressão e à democracia, o que exige investigação rigorosa e punição exemplar aos responsáveis". O governo do Estado repudiou, também por meio de nota, "o ato bárbaro e brutal praticado por assassinos covardes" e que a governadora Roseana Sarney "determinou que todas as providências fossem tomadas pela Secretária de Segurança Pública (SSP) para a imediata resolução do caso, para que os criminosos sejam presos e paguem pelo ato de barbaridade, que comoveu o Maranhão e, em especial, a classe jornalística".

SARNEY PEDE PUNIÇÃOEM RESPEITO À LIBERDADE DE IMPRENSA: O presidente do Senado e do Congresso Nacional, José Sarney, afirmou que Décio Sá "foi pioneiro no jornalismo on-line maranhense e tinha como principal virtude profissional a busca pela notícia, pela reportagem investigativa, que a muitos incomodava, mas, também, lhe garantia um espaço único no cenário jornalístico e uma legião de seguidores. Mesmo jovem, Décio já havia marcado seu nome como um dos grandes jornalistas maranhenses, e na história do jornalismo brasileiro ficará como um dos pioneiros a utilizar os modernos meios de comunicação, desenvolvendo um trabalho de qualidade e grande alcance Esse crime hediondo, brutal e cruel tem que ser desvendado para punir os culpados e despertar, cada vez mais, a consciência para a proteção e o respeito à liberdade de imprensa. Seu assassinato, além de uma atrocidade, é um atentado à democracia".
FENAJ / ABRAJI / ABI/ SIP:  Entidades como a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Repórteres Sem Fronteiras (RSF), cobraram a investigação do caso. A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) quer a aprovação, no Congresso Nacional, de uma lei para transformar atentados contra jornalistas em crime federal. A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), também, condenou o assassinato do jornalista.

Qualquer informação sobre os assassinos do jornalista Décio Sá, pode ser passada ao Disque Denúncia, pelos telefones 3223-5800, em São Luís, e 0300 313 5800, no interior do Maranhão. Não é necessário se identificar

Fonte: G1