Em entrevista, Pagot denunciou esquema para abastecer caixa 2 da campanha de Serra
Em entrevista concedida à revista IstoÉ que chegou às bancas nesta sexta-feira (1), o ex-diretor do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) Luiz Antonio Pagot, denuncia esquema de caixa 2 na campanha presidencial de José Serra (PSDB) e conta que, em 2010, quando ainda dirigia o órgão, arrecadou dinheiro com empreiteiras para a campanha do PT.
Pagot se encontrou com a reportagem da revista três vezes nos últimos dois meses, e revelou como teria sido pressionado por pessoas próximas ao governo Serra aprovar aditivos financeiros ilegais ao trecho sul do Rodoanel. A obra, segundo ele, serviu para abastecer o caixa 2 da campanha de José Serra à Presidência da República em 2010.
— Veio procurador de empreiteira me avisar: “Você tem que se prevenir, tem 8% entrando lá.” Era 60% para o Serra, 20% para o Kassab e 20% para o Alckmin.
Pagot também afirmou ter ouvido do senador Demóstenes Torres um pedido para que o ajudasse a pagar dívidas de campanha com dinheiro da Delta com a liberação de obras para a construtora. Mas nem o aditivo de R$ 260 milhões para o trecho sul do Rodoanel foi liberado pelo DNIT – embora tenha sido pago pelo governo de São Paulo – nem o favor a Demóstenes foi prestado, segundo Pagot.
Ele diz que recusou os pedidos para um caixa 2 da campanha de José Serra. Pagot contou que recebeu pressões para liberar R$ 264 milhões em aditivos orçamentários para a conclusão do trecho sul do Rodoanel. Segundo ele, em meados de 2009, o então diretor da Dersa, empresa paulista responsável pelas estradas, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, solicitou uma audiência no DNIT. Levou assessores, engenheiros e um procurador para tentar convencer Pagot a liberar a quantia.
Até então, a obra tinha consumido R$ 3,6 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão em repasses da União. Acompanhado do diretor de Infraestrutura Rodoviária, Hideraldo Caron, Pagot disse que o governo não devia mais nada à Dersa. Quarenta dias depois, houve nova reunião, no Palácio dos Bandeirantes, na qual tentaram recolher sua assinatura num TAC (Termo de Ajuste de Conduta), apresentado pelo Ministério Público Federal.
— A partir daí começaram as pressões.
Ele diz que recebia telefonemas constantes, não só de Paulo Preto, mas do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), do ministro Alfredo Nascimento e de seu secretário-executivo, hoje ministro Paulo Sérgio Passos. O caso foi parar no TCU (Tribunal de contas da União), que autorizou a Dersa a assinar o TAC, condicionando novos aditivos à autorização prévia do tribunal e do Ministério Público.
Pagot recorreu à AGU (Advocacia Geral da União), que em parecer, ao qual ISTOÉ teve acesso, o liberou de assinar o documento.
A reportagem conta que, em meados de 2010, o procurador de uma empreiteira adicionou para Pagot um elemento novo à já suspeita equação do Rodoanel. O interlocutor, segundo o ex-diretor do DNIT, revelou que no convênio haveria um percentual para abastecer a campanha de Serra.
— Aquele convênio tinha um percentual ali que era para a campanha. Todos os empreiteiros do Brasil sabiam que essa obra financiava a campanha do Serra.
Consulta ao TSE mostra que o comitê de Serra e do PSDB receberam das empreiteiras que atuaram no trecho sul do Rodoanel quase R$ 40 milhões, em cifras oficiais. O representante de uma empreiteira que participou do Rodoanel confirmou à revista que manteve contatos com Pagot reivindicando mais dinheiro.
Valdemar Costa Neto confirmou os contatos. Disse que atua “junto à administração pública em favor da liberação de recursos para investimentos que beneficiem” sua região.
Pagot se encontrou com a reportagem da revista três vezes nos últimos dois meses, e revelou como teria sido pressionado por pessoas próximas ao governo Serra aprovar aditivos financeiros ilegais ao trecho sul do Rodoanel. A obra, segundo ele, serviu para abastecer o caixa 2 da campanha de José Serra à Presidência da República em 2010.
— Veio procurador de empreiteira me avisar: “Você tem que se prevenir, tem 8% entrando lá.” Era 60% para o Serra, 20% para o Kassab e 20% para o Alckmin.
Pagot também afirmou ter ouvido do senador Demóstenes Torres um pedido para que o ajudasse a pagar dívidas de campanha com dinheiro da Delta com a liberação de obras para a construtora. Mas nem o aditivo de R$ 260 milhões para o trecho sul do Rodoanel foi liberado pelo DNIT – embora tenha sido pago pelo governo de São Paulo – nem o favor a Demóstenes foi prestado, segundo Pagot.
Ele diz que recusou os pedidos para um caixa 2 da campanha de José Serra. Pagot contou que recebeu pressões para liberar R$ 264 milhões em aditivos orçamentários para a conclusão do trecho sul do Rodoanel. Segundo ele, em meados de 2009, o então diretor da Dersa, empresa paulista responsável pelas estradas, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, solicitou uma audiência no DNIT. Levou assessores, engenheiros e um procurador para tentar convencer Pagot a liberar a quantia.
Até então, a obra tinha consumido R$ 3,6 bilhões, sendo R$ 1,2 bilhão em repasses da União. Acompanhado do diretor de Infraestrutura Rodoviária, Hideraldo Caron, Pagot disse que o governo não devia mais nada à Dersa. Quarenta dias depois, houve nova reunião, no Palácio dos Bandeirantes, na qual tentaram recolher sua assinatura num TAC (Termo de Ajuste de Conduta), apresentado pelo Ministério Público Federal.
— A partir daí começaram as pressões.
Ele diz que recebia telefonemas constantes, não só de Paulo Preto, mas do deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), do ministro Alfredo Nascimento e de seu secretário-executivo, hoje ministro Paulo Sérgio Passos. O caso foi parar no TCU (Tribunal de contas da União), que autorizou a Dersa a assinar o TAC, condicionando novos aditivos à autorização prévia do tribunal e do Ministério Público.
Pagot recorreu à AGU (Advocacia Geral da União), que em parecer, ao qual ISTOÉ teve acesso, o liberou de assinar o documento.
A reportagem conta que, em meados de 2010, o procurador de uma empreiteira adicionou para Pagot um elemento novo à já suspeita equação do Rodoanel. O interlocutor, segundo o ex-diretor do DNIT, revelou que no convênio haveria um percentual para abastecer a campanha de Serra.
— Aquele convênio tinha um percentual ali que era para a campanha. Todos os empreiteiros do Brasil sabiam que essa obra financiava a campanha do Serra.
Consulta ao TSE mostra que o comitê de Serra e do PSDB receberam das empreiteiras que atuaram no trecho sul do Rodoanel quase R$ 40 milhões, em cifras oficiais. O representante de uma empreiteira que participou do Rodoanel confirmou à revista que manteve contatos com Pagot reivindicando mais dinheiro.
Valdemar Costa Neto confirmou os contatos. Disse que atua “junto à administração pública em favor da liberação de recursos para investimentos que beneficiem” sua região.

DOAÇÕES AO PT FORAM POR VIAS LEGAIS
Pagot afirmou ainda que quando ocupava a diretoria do órgão que administrava bilhões em obras públicas em todo o País, recebeu do tesoureiro da campanha do PT, deputado José De Filippi (SP), um pedido para arrecadar recursos junto às empreiteiras.
— Cada um doou o que quis. Algumas enviavam cópia do boleto para mim e eu remetia para o Filippi. Outras diziam ‘depositamos’, afirmou. As doações, no entanto, teriam sido feitas pelas vias legais, de acordo com o ex-diretor do DNIT.
Ao analisar a prestação de contas da campanha petista, Pagot identifica ao menos 15 empresas que abasteceram a campanha do PT a pedido seu. Elas doaram cerca de R$ 10 milhões, segundo a prestação de contas apresentada pelo PT ao TSE.
Segundo a revista, os segredos de Pagot ajudam a explicar por que a CPI do Cachoeira adiou deliberadamente sua convocação. Ele diz que está pronto para falar tudo e desafia:
— Duvido que me chamem. Muitos ali têm medo do que posso contar.
— Cada um doou o que quis. Algumas enviavam cópia do boleto para mim e eu remetia para o Filippi. Outras diziam ‘depositamos’, afirmou. As doações, no entanto, teriam sido feitas pelas vias legais, de acordo com o ex-diretor do DNIT.
Ao analisar a prestação de contas da campanha petista, Pagot identifica ao menos 15 empresas que abasteceram a campanha do PT a pedido seu. Elas doaram cerca de R$ 10 milhões, segundo a prestação de contas apresentada pelo PT ao TSE.
Segundo a revista, os segredos de Pagot ajudam a explicar por que a CPI do Cachoeira adiou deliberadamente sua convocação. Ele diz que está pronto para falar tudo e desafia:
— Duvido que me chamem. Muitos ali têm medo do que posso contar.
Fonte:R7
foto:(Serra) Macacheira Geral
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