quarta-feira, 6 de julho de 2011

CASO JUAN - MARCELO FREIXO"QUERO SABER O QUE O MP FEZ A CADA UM DOS 36 AUTOS DE RESISTÊNCIA QUE ESTES MESMOS POLICIAIS ESTAVAM ENVOLVIDOS."

Quatro policiais militares envolvidos no caso do menino Juan Moraes, de 11 anos, no Rio de Janeiro, também se envolveram em 37 autos de resistência (morte de suspeito em confronto com a polícia). Os casos ocorreram ao longo de 11 anos e todos foram registrados na Baixada Fluminense. As informações foram obtidas pelo jornal carioca O Extra.

O recordista de "autos de resistência" é o sargento Isaías Souza do Carmo, de 48 anos, ou seja, é o que mais está envolvido em episódios em que suspeitos morreram durante operações policiais ( ao todo foram "18" dezoito pessoas ). O primeiro entre tantos foi registrado dia 13 de Julho de 2000 na 54ª Delegacia de Polícia (Belford Roxo). O mais recente é de 23 de novembro do ano passado e três dos registros ainda não foram arquivados.O polícial ainda responde a estes inquéritos e todos os casos foram registrados na Baixada Fluminense.

Outro envolvido é o cabo Edilberto Barros do Nascimento, de 43 anos que esteve envolvido em "13" autos de resistência e o 1ºtambém foi registrado dia 1ºde Outubro de 2002 também na 54 DP. Ele ficou ainda dois meses preso por suspeita de assassinato de Julio Cesar Andrade Roberto, em Nova Iguaçu. Outros três policiais também são acusados do mesmo crime.

Edilberto e os colegas foram soltos quando a prisão preventiva expirou. A audiência de instrução - quando são interrogadas testemunhas - está marcada para o próximo dia 20. O cabo Rubens da Silva, de 33 anos, envolveu-se em quatro autos de resistência no ano passado e o Sargento Ubirani Soares, de 44 anos, envolveu-se em um episódio de morte de suspeito durante confronto com a polícia. O sargento Ubirani Soares, de 44 anos possui 1(hum)auto de resistência no currículum.O caso ocorreu em 2007 e foi registrado na 54ºDP e posteriormente encaminhado a 52ºDP.

FREIXO "EU QUERO SABER O QUE O MINISTÉRIO PÚBLICO FEZ NOS OUTROS 36 CASOS"
Os quatro foram afastados de suas funções na tarde de hoje. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Marcelo Freixo (PSOL), questionou se o Ministério Público do Rio investigou algum dos outros autos de resistência dos policiais envolvidos no caso Juan. "Eles só se tornaram um problema por causa do Juan? Os outros 36 casos não importaram? Eu quero saber o que o MP fez sobre cada um desses autos. Ou auto de resistência não se investiga?", indagou.


GOVERNO FEDERAL IRÁ ACOMPANHAR DESDOBRAMENTOS DO CASO JUAN, DISSE O SECRETÁRIO NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS.

A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República emitiu nesta quarta-feira (6) uma nota sobre a confirmação do assassinato do menino Juan Moraes. O corpo foi encontrado na beira do rio Botas, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE POLÍCIA TECNICA PEDE DESCULPAS PELA FALHA
- O Corpo encontrado na baixada é do menino Juan, disse a chefe de polícia do Rio Martha Rocha.O diretor do Departamento de Polícia Técnica, delegado Sérgio Henriques, admitiu que a perita foi precipitada ao descartar que o corpo era de um garoto. Segundo ele, o exame de DNA confirmou que o corpo é de Juan.

No texto, a secretaria informa que é inaceitável o homicídio bárbaro de uma criança em qualquer situação. A evidência do envolvimento direto de agentes públicos, que têm a obrigação de zelar pela segurança da população, torna o episódio ainda mais revoltante.

Desde que foi notificada do caso, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República vem cumprindo com o seu papel, acompanhando a investigação e oferecendo proteção à vida dos familiares de Juan. Estes permanecerão sob proteção federal enquanto houver risco à sua integridade física.

A secretaria informou também o governo brasileiro não tolera esse tipo de crime contra qualquer ser humano. A situação se agrava por se tratar de uma criança que é, segundo a Constituição Federal, prioridade absoluta, que implica primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias.

De acordo com a secretaria, a expectativa da sociedade brasileira é que sejam tomadas todas as medidas para que os responsáveis não fiquem impunes. Nesse sentido, é fundamental que o governo do Estado do Rio de Janeiro atue de forma firme e competente para identificar os responsáveis, a exemplo do que fez no afastamento do delegado que acompanhava o caso e agiu inadequadamente diante dos fatos. O governo federal acompanhará de perto os desdobramentos para garantir justiça e evitar a impunidade.

Fonte:JORNAL O EXTRA/R7

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