Ministério das Relações Exteriores diz que caso de adultério está sendo revisado
Do R7Anistia Internacional/APAnistia Internacional/AP
A iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani foi condenada à morte por apedrejamento em um caso de adultério; caso gerou pressão internacional
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O Ministério das Relações Exteriores do Irã confirmou que a Justiça do país está revisando o caso de adultério contra Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento, e que por isso a sentença contra a mulher foi suspensa.
Entenda o caso Sakineh
No entanto, o porta-voz da diplomacia iraniana, Ramin Mehmanparast, afirmou que a acusação de cumplicidade de Sakineh no assassinato do marido - pela qual a mulher foi condenada ao enforcamento - permanece "em andamento", de acordo com o canal oficial iraniano em inglês Press TV.
Nas últimas semanas, a Justiça do Irã adiou por três vezes o pronunciamento sobre a execução de Sakineh, após intensa pressão internacional - tanto de governos quanto de entidades - contra a pena.
Em entrevista coletiva nesta terça-feira (7), Mehmanparast criticou a postura da comunidade internacional diante da condenação de Sakineh e disse que o caso não envolve questões de direitos humanos.
- Se soltar pessoas condenadas por assassinato é considerado uma questão de direitos humanos, então os países europeus devem libertar todos os assassinos presos em nome dos direitos humanos.
Em comunicado no dia 29 de agosto, o escritório de direitos humanos da Justiça do Irã informou que a sentença de morte contra Sakineh tinha sido concluída, mas que a execução ainda dependia de procedimentos internos.
Iraniana recebeu 99 chibatadas por causa de foto
Além de aguardar a morte em uma cela de prisão, Sakineh recebeu 99 chibatadas por causa de uma fotografia publicada no jornal britânico The Times em que uma mulher, que autoridades do Irã dizem ser ela, aparece com o rosto descoberto – algo proibido pelas leis islâmicas. O diário posteriormente informou que tinha se enganado e que a imagem não era da condenada.
segundo o advogado da iraniana, Javid Kian, o castigo foi executado na prisão de Tibriz, no norte do Irã, onde ela está detida. Sakineh responde pelos crimes de adultério e pelo assassinato de seu marido, em 2004, em cumplicidade com seu suposto amante e um irmão dele.
Kian disse ao jornal The New York Times que não tem contato com Sakineh desde o dia 11 de Agosto, quando segundo ele a iraniana teria sido coagida a gravar um vídeo em que admite participação na morte do marido. Mas o advogado afirmou ter sido informado por uma das duas mulheres que estão com ela na prisão de que o castigo de 99 chibatadas já foi executado.
A rede CNN entrevistou o filho de Sakineh, Sajad Ghaderzadeh, de 22 anos, que disse ter recebido informações de dentro da prisão sobre o castigo aplicado à mãe.
Após a publicação da fotografia, o diário britânico fez um pedido de desculpas e informou ainda que, na verdade, a imagem publicada pertencia a outra mulher, Susan Herjat, uma iraniana que vive no exílio na Suécia. Em entrevista ao NYT, Susan confirmou que a foto era dela.
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