Hoje o 3 x 1 no Maracanã pelo 9º título da Copa América não foi tão feliz como deveria, não para os que percebem que a morte de João Gilberto parece demonstrar que como o Mestre que nos deixa também se esvai um mundo muito mais bonito apesar da terrível Ditadura da época.
(Foto: Ao lado superior estão Elis Regina com Roberto Menescal e João Gilberto e abaixo Nara Leão e Ronaldo Bôscoli).
João Gilberto falaceu ontem aos 88 anos de causas naturais. É insubstituível, assim como o poetinha Vinicius de Morais e Tom Jobim, oriundos deste mesmo gênero marcante. E pode parecer insensível para artistas de outros gêneros mas não foi assim. Grandes escritores como Nelson Rodrigues se furtariam a dizer que "a unanimidade é burra" neste momento. Mas eis que João Gilberto é quase uma unanimidade, eu disse quase, sem medo de errar. Porém astros do mundo da música internacional como Eric Clapton e Endy Summers lamentaram e demonstraram o encanto que o inventor da nossa nova os proporciona. Clapton chegou a afirmar no programa Fantástico da TV Globo, que adoraria ter tocado com João Gilberto, mas que este era "difícil de ser achado".
Para quem pensa que "santo de casa não faz milagre", eis o óbvio. Mas assim como no campo jurídico o jurista e Desembargador Dr. Alexandre Câmara diz "o óbvio tem que ser dito". Nesse sentido não posso deixar de enfatizar que João Gilberto foi e é fonte de inspiração de nomes nada menos que Gilberto Gil, Caetano ou Marisa Monte, Adriana Calcanhoto ou Pato Fú ou Xitãozinho e Xororó e muitos outros.
E ao leitor desavisado a essa altura não há dúvida que a referência Mor da bossa nova também o era para maravilhosa e também insubstituível Elis Regina que apresentou o Fino da Bossa na antiga TV Record ao lado de Jair Rodrigues, mas também era profundamente admirado por outras estrelas nacionais como o incrível e inquietante cantor e compositor Raul Seixas.
Neste momento fico a pensar o que se passa por corações e mentes de contemporâneos poetas da faixa de Jards Macalé, Roberto Menescal, e ainda outros não menos nesta madrugada, não somente pela amizade, mas pelo mundo que passara pelos olhos deles assim como nos do Mestre João Gilberto.
(foto: Quarteto em Cy, o grupo faz parte da história dos bons tempos da bossa nova).
Curioso, mas em apenas 50 anos houve mais transformações no Brasil e no mundo como jamais em séculos e séculos. Penso no que então neste momento diriam estes jovens da época que ousaram; dentre eles Quarteto em Cy, Chico Buarque e muitos outros, pois viria uma transformação não somente político-econômico-social, mas sobretudo musical no mundo hodierno.
A matriz estava lá nos anos 60 como muito bem delineou o colunista da Folha de São Paulo Claudio Leal e tão brilhante no sentido de suas palavras que dei razão ao meu título nessa matéria em homenagem aquele. E nessa esteira que reside meu raciocínio, afinal o digno Claudio Leal vivenciou os anos 60, dos excessos desenvolvimentistas, da construção de Brasília ao Pasquim e do cinema novo ao neoconcretismo e ao verdadeiro futebol arte. A uma sombria dissemelhança e semelhança entre épocas.
Mas nada se compara a explosão criativa e distanciada daqueles tempos diante a atual espetacularização do futebol, da violência, e de quase tudo hodiernamente. Vivemos parece, um mundo pasteurizado.
Imagino que hoje esses jovens senhores e senhoras carregam no peito um misto de nostalgia e horror diante a explosão demográfica e a violência, porque são de um tempo que se esvai junto com toda atmosfera de ingenuidade, de gestos contidos, de voz baixa, educada, serena, talentosa, nova para as novas gerações que ainda descobrirão o atemporal João Gilberto.
Já faz 5 anos que não escrevo neste Blog Leitura de Imprensa, que fora iniciado com intuito de exercitar o meu amor ao JORNALISMO, tão somente isso; mas timidamente volto para refletir um dia que para uns é dia de euforia aqui no Brasil, haja vista o futebol ser uma paixão nacional diante esse 3 x 1 no Estádio Mario Filho, mais conhecido como Maracanã. Ficará em nossa memória o vitorioso, talentoso ao extremo, excêntrico ou por mais estranho e exigente ou perfeccionista que parecesse, não podem negar sua singularidade.
Hoje foi um dia dividido. Entre a alegria de alguns ou que se tornou na indiferença da "partida", para outros diante a enorme perda, não é de fato um dia, uma semana, ou um ano qualquer. Hoje foi um dia peculiar de vaias e aplausos sobre um Presidente da República em pleno Maracanã; sim, de fato, um dia marcante. Todavia 1 minuto de silêncio foi pouco diante a eternidade de sua ausência, que de hoje em diante que estará presente em nossos corações.
Parabéns João Gilberto.
Abaixo uma releitura sobre o comentário de alguns grandes jornais
O jornal El Pais colocou muito bem que a vida familiar de João foi tormentosa e que quase tudo que o rodeava era marcado por suspeitas e equívocos. Muitos lembraram do Grammys vencedores ao lado de Stan Getz em 1965 e 1999, o mesmo jornal lembrou muito bem que muito muito embora ele detestasse Stan Getz, ambos voltaram a gravar e fizeram músicas belas parcerias.
(Foto: Ao lado superior estão Elis Regina com Roberto Menescal e João Gilberto e abaixo Nara Leão e Ronaldo Bôscoli).
João Gilberto falaceu ontem aos 88 anos de causas naturais. É insubstituível, assim como o poetinha Vinicius de Morais e Tom Jobim, oriundos deste mesmo gênero marcante. E pode parecer insensível para artistas de outros gêneros mas não foi assim. Grandes escritores como Nelson Rodrigues se furtariam a dizer que "a unanimidade é burra" neste momento. Mas eis que João Gilberto é quase uma unanimidade, eu disse quase, sem medo de errar. Porém astros do mundo da música internacional como Eric Clapton e Endy Summers lamentaram e demonstraram o encanto que o inventor da nossa nova os proporciona. Clapton chegou a afirmar no programa Fantástico da TV Globo, que adoraria ter tocado com João Gilberto, mas que este era "difícil de ser achado".
Para quem pensa que "santo de casa não faz milagre", eis o óbvio. Mas assim como no campo jurídico o jurista e Desembargador Dr. Alexandre Câmara diz "o óbvio tem que ser dito". Nesse sentido não posso deixar de enfatizar que João Gilberto foi e é fonte de inspiração de nomes nada menos que Gilberto Gil, Caetano ou Marisa Monte, Adriana Calcanhoto ou Pato Fú ou Xitãozinho e Xororó e muitos outros.
E ao leitor desavisado a essa altura não há dúvida que a referência Mor da bossa nova também o era para maravilhosa e também insubstituível Elis Regina que apresentou o Fino da Bossa na antiga TV Record ao lado de Jair Rodrigues, mas também era profundamente admirado por outras estrelas nacionais como o incrível e inquietante cantor e compositor Raul Seixas.
Neste momento fico a pensar o que se passa por corações e mentes de contemporâneos poetas da faixa de Jards Macalé, Roberto Menescal, e ainda outros não menos nesta madrugada, não somente pela amizade, mas pelo mundo que passara pelos olhos deles assim como nos do Mestre João Gilberto.
(foto: Quarteto em Cy, o grupo faz parte da história dos bons tempos da bossa nova).
Curioso, mas em apenas 50 anos houve mais transformações no Brasil e no mundo como jamais em séculos e séculos. Penso no que então neste momento diriam estes jovens da época que ousaram; dentre eles Quarteto em Cy, Chico Buarque e muitos outros, pois viria uma transformação não somente político-econômico-social, mas sobretudo musical no mundo hodierno.
A matriz estava lá nos anos 60 como muito bem delineou o colunista da Folha de São Paulo Claudio Leal e tão brilhante no sentido de suas palavras que dei razão ao meu título nessa matéria em homenagem aquele. E nessa esteira que reside meu raciocínio, afinal o digno Claudio Leal vivenciou os anos 60, dos excessos desenvolvimentistas, da construção de Brasília ao Pasquim e do cinema novo ao neoconcretismo e ao verdadeiro futebol arte. A uma sombria dissemelhança e semelhança entre épocas.
Mas nada se compara a explosão criativa e distanciada daqueles tempos diante a atual espetacularização do futebol, da violência, e de quase tudo hodiernamente. Vivemos parece, um mundo pasteurizado.
Imagino que hoje esses jovens senhores e senhoras carregam no peito um misto de nostalgia e horror diante a explosão demográfica e a violência, porque são de um tempo que se esvai junto com toda atmosfera de ingenuidade, de gestos contidos, de voz baixa, educada, serena, talentosa, nova para as novas gerações que ainda descobrirão o atemporal João Gilberto.
Já faz 5 anos que não escrevo neste Blog Leitura de Imprensa, que fora iniciado com intuito de exercitar o meu amor ao JORNALISMO, tão somente isso; mas timidamente volto para refletir um dia que para uns é dia de euforia aqui no Brasil, haja vista o futebol ser uma paixão nacional diante esse 3 x 1 no Estádio Mario Filho, mais conhecido como Maracanã. Ficará em nossa memória o vitorioso, talentoso ao extremo, excêntrico ou por mais estranho e exigente ou perfeccionista que parecesse, não podem negar sua singularidade.
Hoje foi um dia dividido. Entre a alegria de alguns ou que se tornou na indiferença da "partida", para outros diante a enorme perda, não é de fato um dia, uma semana, ou um ano qualquer. Hoje foi um dia peculiar de vaias e aplausos sobre um Presidente da República em pleno Maracanã; sim, de fato, um dia marcante. Todavia 1 minuto de silêncio foi pouco diante a eternidade de sua ausência, que de hoje em diante que estará presente em nossos corações.
Parabéns João Gilberto.
Abaixo uma releitura sobre o comentário de alguns grandes jornais
O jornal El Pais colocou muito bem que a vida familiar de João foi tormentosa e que quase tudo que o rodeava era marcado por suspeitas e equívocos. Muitos lembraram do Grammys vencedores ao lado de Stan Getz em 1965 e 1999, o mesmo jornal lembrou muito bem que muito muito embora ele detestasse Stan Getz, ambos voltaram a gravar e fizeram músicas belas parcerias.
O Pai da bossa nova: Bem antes com “Chega de Saudade” do ano de 1959, produzido por Tom Jobim é considerado o primeiro lançamento da história da bossa nova.
O velório de João Gilberto começa nesta manhã do dia 08/07/2019 no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
O velório de João Gilberto começa nesta manhã do dia 08/07/2019 no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Fonte: R7 / El Pais / G1 / Radiobatuta.com.br/ google image
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