terça-feira, 4 de dezembro de 2012

APÓS PRISÃO DE 59 PMS E DE SUBSTITUÍÇÃO DE COMANDO DE BATALHÃO DA PM , 3º VARA CRIMINAL CONDENA UM DOS ACUSADOS PELA MORTE DA JUÍZA PATRÍCIA ACIOLLI:

Condenado a 21 de prisão por homicídio triplamente qualificado, motivo torpe, mediante emboscada e para ocultar crimes anteriores além de  formação de quadrilha o cabo da Polícia Militar Sergio Costa Júnior, réu confesso no processo da morte da juíza Patricia Acioli, foi  benefeciado pela delação premiada tendo sido reduzida a pena total em um terço.
DELAÇÃO PREMIADA: Prolatada sentença, o juiz Peterson Simão, da 3ª Vara Criminal de Niterói na Região Metropolitana do Rio, considerou o crime como de "extrema ousadia" e muita "gravidade". "Apesar do gravame as declarações dele contribuíram para as descobertas do crime, portanto a redução da pena será fixada no valor mínimo", disse o juiz, sobre o benefício da delação premiada.
O condenado cumprirá pena, inicialmente, em regime fechado, e em cela individual, com a devida proteção. Além disso, pela decisão judicial, o policial perde agora o cargo público, ou seja, a partir da sentença  será ex-policial .
O juiz mandou ainda que as armas utilizadas no crime sejam encaminhadas para destruição no Exército e que o condenado pague as custas do processo, no valor de 200 salários mínimos.
A magistrada foi morta em 2011, com 21 tiros, quando chegava em casa, em Piratininga, Niterói. Ela já havia condenado PMs e estava responsável por julgar casos de supostos autos de resistência, cujos investigados também eram policiais.
Além de Sérgio, outros 10 PMs são réus no processo, incluindo o então comandante do 7º BPM (São Gonçalo), Cláudio Oliveira. O batalhão fica na mesma comarca, onde a juíza atuava.
PROTESTO DE PARENTES DA JUÍZA:Mais cedo, parentes de Patricia Acioli colaram cartazes na grade do Fórum de Niterói. A família confeccionou faixas, utilizando as cores azul e branco, as mesmas tonalidades da bandeira do Rio de Janeiro, com a frase "faxina geral na PM".
No meio do cartaz foi colocada a foto de Patrícia, ao lado dos nomes dos 11 policiais militares acusados de participar do assassinato.
ESTOPIM NA MORTE DE UM MENOR: Em seu depoimento, o cabo da PM Sérgio afirmou que teria dado cerca de 15 tiros no carro onde a juíza estava. Ainda segundo ele, no dia 11 de agosto de 2011, quando já havia rumores de que Patrícia Acioli decretaria a prisão dos envolvidos em um auto de resistência de um menor de idade, o grupo decidiu executar o plano de matar a magistrada.
EX-COMANDANTE ENVOLVIDO: Segundo o site G1, questionado pelo promotor Leandro Navega, o ex- PM Sérgio admitiu que ele e o tenente Daniel Benitez não executaram a juíza no caminho para não serem flagrados por câmeras. "E se fosse em São Gonçalo ia chamar a atenção para a gente, pois trabalhamos lá".
Também segundo o G1 o cabo também voltou a dizer que no dia em que chegaram à Unidade Prisional da PM (BEP), eles receberam a visita do tenente-coronel Cláudio Luiz Oliveira, que teria dado força ao grupo. "Depois, ele (Cláudio) ficou só com o Benitez. À tarde, quando o Benitez veio conversar com a gente, falou que tinha dito ao tenente-coronel que executou a juíza com ajuda de milicianos", afirmou Sérgio. Para o assistente de acusação Técio Lins e Silva, o depoimento do cabo deixa evidente o envolvimento do tenente-coronel no homicídio.
ARREPENDIDO PORÉM SEM REMORÇO: No final do depoimento, que durou cerca de uma hora e meia, o réu disse não ter remorso, entretanto afirmou ter-se se arrependido muito de tudo o que havia feito, tanto para sua própria família, como para a família da juíza."No dia que cheguei em casa chorei muito. Tenho muito arrependimento e tenho que pagar pelo que fiz".
TAMBÉM ACUSADOS: Os réus Junior Cezar de Medeiros, Jefferson de Araújo Miranda e Jovanis Falcão Junior serão julgados no dia 29 de janeiro de 2013, também às 8h.
O juiz Peterson Barroso Simão decidiu desmembrar o processo em relação aos outros sete acusados, incluindo o tenente-coronel Claudio Luiz de Oliveira, acusado pelo Ministério Público de ser o mandante do crime.
Ele e o tenente Daniel Benitez estão no presídio federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Os demais estão presos na cadeia pública Pedrolino Werling de Oliveira, conhecida como Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio.
STJ E STF: De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio, os demais acusados aguardam o julgamento de recursos contra a sentença de pronúncia. Os recursos serão julgados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF).
PRISÃO DE 59 PMS E DE SUBSTITUÍÇÃO DE COMANDO:Segundo serão o Comandante Geral da Polícia Militar serão expulsos da corporação os 59 policiais militares presos durante a "Operação Purificação", contra o envolvimento de PMs com o tráfico de drogas, realizada na manhã desta terça-feira (dia 4) em diversas comunidades da Baixada Fluminense e também do estado do Rio. Todos eles trabalhavam no 15º BPM (Duque de Caxias) no início da investigação. O comandante do batalhão, tenente-coronel Claudio Lucas Lima, foi substituído por Maurício Faria da Silva. Todas as informações foram divulgada pelo Comandante Geral da PM coronel Erir Ribeiro da Costa Filho,  durante uma coletiva no Quartel General da corporação, no Centro do Rio.
Esta é a segunda operação e a ordem com certeza é que virão mais ainda. O PM tem que ter a certeza que acabou a corrupção. Nós não vamos mais aceitar sermos humilhados por desvio de conduta praticados por alguns policiais. Temos um prazo de 15 dias e no máximo 30 para que eles deixem de ser policiais militares. O comandante do batalhão de Duque de Caxias já foi substituído pelo coronel Maurício ", disse o comandante.
Em entrevista ao RJTV o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, reforçou que todos serão expulsos. "Pelo conjunto de provas, não tem como eles não serem demitidos. Nossa intenção é que isso aconteça de forma muito rápida. Não posso ter outra expectativa se não colocar essas pessoas na rua. O problema da corrupção no Rio de Janeiro não é de hoje, é histórico”, disse Beltrame.
O secretário de segurança informou também que por determinação da Justiça, os presos serão encaminhados para o presídio de Gericinó,  Zona Oeste do Rio, haja vist que a Unidade Prisional da PM, o Bep, está interditada após a divulgação das fotos das celas luxuosas na mídia.
POLÍCIA FEDERAL: A investigação começou pela Polícia Federal em abril deste ano após ser detectado um esquema de corrupação entre policiais e traficantes.
'ARREGO - R$ 2,5 mil': De acordo com informações do site G1 cada carro da PM recebia R$ 2.500 de “arrego” por turno trabalhado e de pelo menos 13 comunidades da Baixada Fluminense. Além dos 59 policiais presos envolvidos no “esquema”, um outro PM também foi preso com uma arma. Totalizando 60 PMs presos.
OPERAÇÃO PURIFICAÇÃO: O G1 informou também que a “Operação Purificação"contra o envolvimento de policiais militares com o tráfico, tinha o objetivo de cumprir 65 mandados de prisão e 112 de busca e apreensão contra PMs suspeitos.
FORÇA TAREFA: Esta ação contou com a Subsecretaria de Inteligência (Ssinte) da Secretaria de Estado de Segurança (Seseg) e  o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro juntamente com a Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar e a Polícia Federal.
ONZE CÉLULAS: De acordo com investigações da SSINTE, PF e CI/PMERJ, os policiais militares não tinham um comando único e dividiam-se em 11 células autônomas. O Gaeco denunciou os acusados pelos crimes de formação de quadrilha armada, tráfico de drogas, associação para o tráfico, corrupção ativa, corrupção passiva e extorsão mediante seqüestro.
DIVERSOS CRIMES: Segundo as investigações da  força-tarefa, os policiais militares não se limitavam apenas em receber “arrego” para deixar de reprimir o tráfico e as apurações revelaram que os PMs também sequestravam criminosos e seus familiares, apreendiam veículos do tráfico exigindo dinheiro para devolução, negociavam armas e realizavam operações oficiais quando o pagamento da propina atrasava.
MINISTÉRIO PÚBLICO: Segundo o Ministério Público do Rio, o principal alvo dos policiais eram as favelas: Vai Quem Quer, agindo também nas comunidades Beira-Mar; Santuário; Santa Clara; Centenário; Parada Angélica; Jardim Gramacho; Jardim Primavera; Corte Oito; Vila Real; Vila Operário; Parque das Missões e Complexo da Mangueirinha.

Fonte: notícias do G1 Rio, clique em g1.globo.com/rj. Siga também o G1 Rio no Twitter e por RSS. 

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