Somente agora após o assassinato da juíza Patrícia Acioli, na noite de quinta-feira (11), por determinação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio oito juízes fluminenses estão recebendo segurança compulsória e a partir de segunda-feira, os magistrados passarão a andar em carros blindados do TJ e são acompanhados em tempo integral por policiais militares. Infelizmente precisou acontecer o pior, e tais medidas não trarão de volta a confiança depositada na grandiosa e honrada Juíza de Direito, também linha dura Patrícia Acioli. A família da vítima desta barbárie corretamente também se queixa da dispensa dos serviços da Polícia Federal no caso. As autoridades de nosso estado não deveriam usar de política diante esta afronta de que fere o estado democrático de direito. Esse é um novo desafio, uma questão de honra pro estado, que não vai recuperar credibilidade apenas apresentado alguns culpados, a população consciente sabe por sí só que pessoas como Marcelo Freixo e Patrícia Acioli entre muitos outros bons profissionais, buscaram sempre desarticular uma espécie de Máfia tupiniquim, e de certo é possível haver muito mais gente envolvida. Césare Mori ( comissário de polícia de Mussolini ) na década de 20, como um verdadeiro general: - julgou, condenou e encarcerou quase dois mil (2000) Mafiosos na sicília. Hoje estamos no século 21, e vivendo num estado democrático, mas a criminalidade continua cruel, e ainda é organizada. Somente usando pulso forte, endurecendo as leis contra crimes contra a vida, sem fechar os olhos, investigando eficientemente sem descartar nenhum envolvimento seja ele do judiciário, da polícia ou da política é que encontraremos um viés possível e real para recuperar de fato nosso estado.
Patrícia Acioli tinha 47 anos e foi morta quando chegava em sua casa, em Niterói
ESCOLTA TARDIA
Os magistrados que passaram a andar acompanhados de escolta são os três da força-tarefa que vai substituir Patrícia Acioli em São Gonçalo e mais cinco que já receberam ameaças ou atuaram em casos considerados arriscados.
Fábio Uchôa, juiz que coordenará os trabalhos em São Gonçalo, chegou a recusar a escolta, mas teve de acatá-la, por determinação do presidente do tribunal, Manoel Alberto Rebêlo dos Santos.
Alguns dos juízes só foram avisados na própria segunda-feira da decisão do tribunal de que não poderiam deixar suas varas naquele dia sem proteção, o que os surpreendeu - porque nenhum deles tinha recebido novas ameaças. Os magistrados consideraram que houve uma clara mudança no padrão de comportamento do tribunal sobre o tema, após a polêmica sobre a morte de Patrícia Acioli.O acompanhamento é feito sob o comando do Departamento Geral de Segurança Institucional do TJ. O tribunal não confirma publicamente a escolta.
INVESTIGAÇÃO
A polícia do Rio de Janeiro investiga as imagens do circuito interno do condomínio onde a juíza Patrícia Acioli morava. O vídeo mostra os momentos que antecederam o assassinato da magistrada, ocorrido na madrugada da última sexta-feira (12) em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro.
As imagens mostram o momento em que uma moto com dois homens entra no condomínio, seguido por um carro que chega em seguida. O carro da juíza entra logo após.
POLÊMICA
O tribunal está pressionado e no centro de polêmica sobre o fato de a juíza estar sem seguranças no momento de sua morte. Patrícia Acioli teve segurança de 3 PMs por turno, entre 2002 e 2007. Na ocasião, o TJ avaliou que se deveria reduzir o número de policiais para um. Ela protestou e, desde então, circulava sem seguranças. A família afirma que ela teve escolta negada pelo Judiciário, que contesta a informação.As imagens mostram o momento em que uma moto com dois homens entra no condomínio, seguido por um carro que chega em seguida. O carro da juíza entra logo após.
POLÊMICA
Curiosamente, a nova escolta dos oito magistrados começou no mesmo dia em que o presidente do TJ, desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, afirmou, em entrevista coletiva, que nenhum juiz pode ser obrigado a receber segurança, porque tira do protegido a "liberdade de ir e vir".
"É diferente impor a alguém um sistema de segurança que lhe tire completamente a privacidade”, afirmou, segunda-feira.
Há indícios também de que a Juíza Acioli não queria se submeter a segurança um policial apenas , principalmente por que ela não tinha relação de confiança. Como agravante foram indicados para escolta-la policiais militares que pertenciam ao mesmo Batalhão de policiais que haviam sido punidos anteriormente por ela, o que não havia o menor sentido.
PROTESTO
Nesta terça, o advogado Técio Lins e Silva, que representa a família de Patrícia Acioli apresentou ofícios da juíza ao TJ em que ela protesta contra a retirada de seguranças que faziam sua proteção, em 2007, e avisa sobre ameaças, em 2009.
A DIGNÍSSIMA JUÍZA PATRÍCIA ACIOLI ERA A ESPERANÇA DE MUITAS VÍTIMAS
Será que os Juízes que foram designados para dar andamento aos processos terão o mesmo rigor da meritíssima Juíza de Direito Patrícia Acioli? Quem teme um relaxamento do andamento são todos aqueles que dependiam direta ou indiretamente da MÃO DE FERRO da honrada Juíza, como por exemplo Jacqueline Ferreira, mãe de um rapaz assassinado, teme que, com a morte da juíza linha dura, a morte do filho fique sem solução. - Ela era uma pessoa que realmente se empenhava em resolver. Eu acreditava que haveria um desfecho em breve. Nós cidadãos naturais do Estado do Rio de Janeiro ou não enfim, também somos brasileiros e por isso não desistimos nunca, então ficaremos torcendo para que não haja impunidade diante tamanha covardia e agressão que vitimou uma mulher digna e firme nas suas convicções, que justamente lutava a favor de vitimas da opressão e do abuso do poder. Irônicamente à vitimada e honrada Juíza era a esperança dessas vitimas e lutava bravamente contra a impunidade.
MUDANÇA DE ROTINA
A orientação da segurança foi de que mudassem a rotina habitual e até que deixassem de fazer coisas corriqueiras, como freqüentar a academia de ginástica.
O TJ comprou seis carros blindados há um mês e pretende alugar mais cinco, “para aumentar a segurança dos magistrados”, de acordo com o desembargador Manoel Alberto.
Ele afirmou que o TJ estuda se “será necessário aumentar o número de policiais na segurança institucional que seja suficiente para atender à (eventual) demanda”. Apesar da medida, nenhum pedido novo de segurança foi feito desde o homicídio de Patrícia Acioli, disse Manoel Alberto.
De acordo com o presidente do TJ, desde que assumiu a função, houve apenas uma solicitação do gênero, concedida, segundo ele. Manoel Alberto disse que não é necessário formalizar em ofício um pedido dessa natureza. “Basta uma comunicação, não precisa ser formal, pode ser por e-mail. Chegando o pedido é concedido de imediato”, explicou.
Ele relatou um episódio em que uma juíza de São Pedro d’Aldeia (cidade na Região dos Lagos) “se sentiu insegura em relação a um processo que julgaria”. “Ela queria que o fórum fosse interditado para o julgamento. Isso não aconteceu, mas por três dias houve um policiamento intenso no local”, afirmou.
Com o objetivo de dar mais segurança aos juízes, o tribunal do Rio estuda solicitar isenção fiscal para juízes comprarem carros e blindá-los.
De acordo com o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), antes dos oito que receberam escolta desde segunda-feira, eram 13 os juízes e desembargadores.
De:Isabela M.dos Guimarães Peixoto.
Fotos: Paula Alvadia/Agência O DIA
Fonte: Últimas Notícias / Brasil